“Eu achava que, uma vez que todos pudessem falar livremente e trocar informações e ideias, o mundo seria, automaticamente, um lugar melhor. Mas eu estava errado”.

Esse depoimento decepcionado vem do fundador do Twitter Evan Williams.
 
Em uma matéria maravilhosa do New York Times, Williams fala sobre como anos empreendendo em plataformas de conteúdo na internet o levaram a repensar a forma como usamos essas ferramentas. 
 
Ele compartilha duas preocupações sobre as quais já falamos por aqui:

O fantástico mundo do conteúdo de qualidade (ele existe?)

A balança de Williams está pendendo para as alternativas mais negativas nas perguntas acima. “A internet está quebrada”.
 
Mas, se criar uma rede no qual pessoas de todo o mundo pudessem dialogar entre si de forma rápida e amigável não era o suficiente para melhorar a comunicação da humanidade na internet, qual śeria o próximo passo?
 
A solução (comercial, pelo menos) de Williams, foi se afastar do Twitter e criar uma plataforma de conteúdo na internet que crescesse e lucrasse baseada na qualidade do material postado. 
Qualidade. Não anúncios, clickbaits, fofocas ou sensacionalismo.
 
Para isso, ele fundou o Medium.

Deu certo? A resposta é um “veja bem…”

O Medium é uma plataforma bonita, fácil de usar, e, até agora, tem reunido bons conteúdos e autores interessantes. Agora, dá lucro? Não sabemos, mas, no início do ano, a empresa teve que demitir vários funcionários para enxugar as operações e, segundo divulgou, focar em outra forma de atuação. O Medium acrescentou também opções premium para um público pagante.
 
Para Williams, não tem como gerar, curar, ou gerenciar conteúdo de qualidade se a renda para esses serviços não vier do consumidor.

“O sistema baseado em anúncios recompensa apenas o que atrai a atenção. Anúncios não conseguem recompensar a resposta correta. Mas o sistema pago pelo consumidor sim. Os consumidores recompensam a qualidade. A solução é inevitável: as pessoas terão que pagar por conteúdo de qualidade”.

Conteúdo pago é a resposta? 

Eu, particularmente, acho que sim. E estou na torcida para que Evan Williams (e outros!) tenham sucesso nessa missão de unir lucro com qualidade. 
 
O que vocês acham?

Imagem: New York Times

2 respostas para “Fundador do Twitter acha que “a internet está quebrada””

  1. Penso que sim, tem que ser pago mesmo. Acho que vamos demorar um pouco a assimilar a ideia de pagar para ver notícias corretas, fotos e vídeos originais e relevantes, discussões sobre ideias e fatos no lugar de bate boca sobre o vestido de Melania Trump. Melhorou bastante, mas ainda há a ideia de que as coisas que estão na internet chegaram lá do nada, brotaram. Imagino e espero que quando, enfim, se entender que existe trabalho por trás de cada conteúdo, admita-se pagar pelo acesso a ele. Seja, enfim, tão natural quanto pagar pelo ingresso para um filme, que antes de ser exibido demandou trabalho de muitos profissionais. Aí, nesse momento, acredito a internet vai melhor bastante.

    1. Avatar de suzana valenca
      suzana valenca

      Estou aqui na torcida!

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