Recentemente, o Facebook divulgou um vídeo mostrando o trabalho da equipe contratada pela empresa para combater as fake news e as páginas falsas na plataforma. O esforço ainda está no começo mas, as bases técnicas para as ações já foram definidas e parecem bem interessantes. Um destaque é como o Facebook define fake news.

Para começo de conversa, os funcionários que aparecem na divulgação evitam o termo “fake news”. Eles falam de “notícias falsas”, “informação errada” ou “desinformação”. Muitos veículos têm feito o mesmo, já que o termo passou a ser usado para atacar a imprensa. A empresa admite que há muito conteúdo que pode ser encaixado nesses rótulos e que determinar o que é ou não “falso” é muito difícil. 

Os quatro tipo de posts de acordo com veracidade e intenção

Eduardo Arino de la Rubia, gerente de ciências de dados do Facebook, explica essa dificuldade no vídeo. Ele mostra o problema usando um gráfico onde, no eixo horizontal temos o nível de verdade de uma informação e, no vertical, temos uma escala da intenção de enganar. No cruzamento dos dois elementos, os dados e a motivação, vamos encontrar a medida de quão perniciosa é a postagem. Ele divide esse gráfico em quatro. 

A parte de baixo é a mais tranquila. No canto inferior esquerdo temos post com pouca verdade, mas também, pouca intenção de enganar. “Isso é só estar errado na internet, acontece”. No canto inferior direito, estão as postagens com informações bastante corretas e com baixa motivação de enganar. “Espero que aconteça um dia”, brinca Rubia.

É na parte de cima que a coisa fica feia, pois há intenção de enganar ou, no mínimo, de confundir. 

O canto superior direito tem posts com muita verdade, mas também, muita intenção de levar o leitor a uma certa conclusão. Atenção: não é notícia falsa. É informação manipulada. “É propaganda”, diz Rubia. Um bom exemplo dessa situação são postagens com dados estatísticos corretos, mas tirados de contexto para induzir o leitor a uma determinada interpretação. 

E então, a pior parte. O quadrante superior esquerdo, onde estão os posts com pouca verdade e muita intenção de enganar. Estas são as “notícias falsas” propriamente ditas. “Esses são os conteúdos pensados para serem virais, são as mentiras fabricadas”, explica Rubia.

Combatendo as notícias falsas

No vídeo, o gerente de dados, diz que o Facebook tem que acertar no combate a esse último tipo de post. O restante, para ele, estaria no campo da liberdade de expressão, uma área na qual a rede social não quer entrar. Isto porque o Facebook luta para manter o status de plataforma neutra. A filosofia é que não cabe à gigante controlar o que é postado, apenas oferecer o espaço e deixar que os consumidores decidam por si. O Facebook está agindo e mostrando (um pouco) o que eles estão combatendo e o que estão “deixando passar”. O resto, é com a gente.
 

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