Com o hábito de passar horas sozinho fazendo trilhas, estudando, escrevendo ou ficando doente, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche não era o que se pode chamar de baladeiro. Mesmo assim, ele tinha bons insights sobre as relações humanas. Esses dias, achei uma citação dele em um artigo que me fez pensar. Ele disse:

“Na conversa da sociedade, três quartos das perguntas feitas e das respostas dadas são para magoar um pouco o interlocutor; é por isso que muita gente tem sede da sociedade: ela confere a todos o sentimento de sua força”

Será?

Perdemos muito tempo da vida alfinetando os outros em conversas que poderíamos evitar? Ficamos felizes com as pequenas derrotas as quais submetemos o outro nessas batalhas verbais?

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Um tempo atrás, falamos aqui no blog sobre conceito de conversa proposto por outro filósofo, Theodore Zeldin:

“A conversação é a alimentação compartilhada, recíproca, que permite aos homens criar e trocar confiança, sabedoria, coragem e amizade”.

Desejo que vocês criem e participem de conversas que sejam mais próximas do que Zeldin fala e bem distantes do que Nietzsche imaginou.

Foto do cabeçalho: Richard Lee para Unsplash

Foto do post: Gustav-Adolf Schultze (d. 1897) – Nietzsche by Walter Kaufmann, domínio público.

2 respostas para “É conversa ou é briga?”

  1. Sim, o alemão estava certo. Penso que com a exacerbação do sentimento (necessidade?) de competição as conversas com alto percentual de alfinetada estão tomando conta. Preciso ver se eu também não estou assim.

    1. Uma competição desnecessária, não é? Ao menor sinal de alfinetada, fuja 🙂

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