Se você achou o “todes” do título esquisito, eu concordo com você. Coloquei lá só para chamar atenção. Foi mal. Agora que já resolvemos isso, vamos falar de uma questão que até é mesmo um pouco estranha, mas é super importante. Como escrever para todas as pessoas? Como usar uma comunicação mais inclusiva?

O primeiro passo, na minha opinião, é querer ser inclusivo e fazer esforços conscientes para atingir esse objetivo. Como fazer isso de forma prática, ainda está em discussão.

Vamos voltar ao nosso título. Como eu posso escrever sobre pessoas no plural sem usar uma palavra “masculina”? A língua portuguesa tem esse probleminha. O plural de médico ou médica é sempre “médicos”. Surgiram ideias como o uso do X, então eu poderia ter dito “todxs”. Acontece que essa alternativa confunde os softwares de leitura. Outra ideia é o “todes”.

Ainda estou estudando sobre esse assunto. Aprendi que para fugir do plural masculino, podemos falar em grupos. Então, em vez de “médicos” eu posso dizer “profissionais de saúde”, “pessoas especialistas em medicina”, e assim por diante.

Como escrever para pessoas com deficiência? Como escrever para grupos marginalizados? Essas são questões ainda mais delicadas e importantes. Aprendi que não precisamos usar eufemismos. Não precisa suavizar a parada. Dá para dizer “pessoas com deficiência”, por exemplo. O feio é usar termos pejorativos. Falar “surdo”, é ok. Dizer “aleijado”, não. 

Onde encontrar orientações sobre escrita inclusiva

Um ano atrás, pesquisei mais sobre esse tema para escrever este texto para a GarimpoUX. Na época, minha amiga Emídia Felipe sugeriu uma referência que tenho usado desde então, o Guia de Comunicação Inclusiva do Secretariado Geral das Nações Unidas. 

Esta matéria do TAB traz ótimas reflexões sobre a necessidade de sermos mais inclusivos e as barreiras da própria língua portuguesa nos impõe. 

(Foto: AllGo – An App For Plus Size People no Unsplash)

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