Minha mãe conta a história de uma vez que meu avô chamou um homem de “cidadão” e o cara ficou tão ofendido que saiu xingando. Certamente, ele não sabia o que a palavra significava e a tomou como algo ruim. Quantas vezes os termos que usamos foram mal interpretados? Para facilitar nossa comunicação e evitar atropelos de linguagem, o autor e líder budista Dzogchen Ponlop Rinpoche fala sobre nos conectarmos pelas emoções.

“Quando tentamos nos comunicar com alguma pessoa, os rótulos que usamos para identificá-la podem ajudar ou machucar. Alguns rótulos são neutros, por exemplo, “árvore”, “livro” ou “caneta”. Outros, que consideramos neutros, podem, para outra pessoa, estar carregados de sentido e acabar passando a noção de que há um julgamento. Além disso, um mesmo rótulo, vindo da boca de diferentes pessoas, têm sentidos diversos. Por exemplo, se digo “sou uma pessoa espiritual e você uma pessoa mundana”, o que pensaríamos sobre isso? Muitas vezes rotulamos rapidamente as pessoas. Porém, distinções fortes desse tipo podem destruir as oportunidades de nos comunicarmos uns com os outros”. 

“É por isso que, muitas vezes, é mais fácil nos conectarmos com pessoas em bares ou fumando na calçada do que com as pessoas no templo. Quando fazemos uma conexão genuína com outra pessoa, essa é uma conexão de coração. Podemos tocar outro coração, outra vida, com nada mais do que o nosso próprio coração e a nossa própria vida. Quando estendemos a mão, estamos oferecendo o abandono de nossas preconcepções sobre “quem sou eu” e “quem é você”, e isso pode e deve acontecer. Um encontro de mentes ou corações nunca é sobre uma única pessoa. Esses encontros são como uma reação química, uma alquimia que pode transformar a ambos”.

(Imagem: Khadeeja Yasser do Unsplash)

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