Chamei uma galera muito massa para participar da minha newsletter. Estou animada para compartilhar com você o que eles bolaram. A primeira convidada especial é a escritora e roteirista Nadezhda Bezerra. Só este mês ela lançou um livro sobre redação no trabalho e estreou um filme no cinema! Para esta nossa conversa na news, ela escreveu uma crônica sobre como começar a contar uma história. Eu tenho muitos sonhos. Espero que você também os tenha. Na escrita e na vida, para realizar o que queremos precisamos dar o primeiro passo, escrever a primeira palavra. Mas como?

Com vocês, Nadezhda:

Por onde eu começo?

Se alguém disser “pelo começo”, prenda a respiração e evite soltar palavrões. 

Começo é relativo. 

Eu posso começar pelo fim da história. Sabendo onde quero chegar, pode ficar mais fácil traçar o caminho até lá. Começar descrevendo o personagem principal também é opção. Entender quem ele é há de facilitar a criação de uma jornada verossímil e atrativa.

Qual história eu quero contar é uma pergunta crucial para começar a roçar os dedinhos no teclado ou papel. Estou sentindo algo, preciso escrever. É um bom ponta-mão. Enquanto você tenta descrever vai jorrando palavras, frases e no fim há de ter poesia. 

Eu sei, você esperava talvez uma resposta objetiva, clara, assertiva. Talvez uma receita, fórmula, passo-a-passo, quem sabe. Desculpe. O melhor pra te dizer sobre destravar, porque esse sim é o grande começo de todos, é fingir não ter ninguém pra ler. Fingir não ter concordância, sintaxe, ou qualquer regra gramatical. Fingir o desconhecimento de coesão e coerência. Se soltar, deixar as frases chegarem em baile carnavalesco de rua. Pulando, brilhando, cheias de liberdade e fantasia. Depois, entra na quarta de cinzas, imprime, lê, revisa, reescreve.

Parabéns, você já começou.


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Imagem: lilartsy no Unsplash

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