O comediante Jordan Klepper foi para vários encontros de apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com essa experiência, ele conseguiu “descobrir” o que se passava na cabeça desse pessoal. “Eles querem comunidade e significado”, Klepper explica.

É estranho pensar que o grupo de pessoas que mais se posicionam distantes ou até opostos do que a gente acredita, no fundo, quer a mesma coisa que todos queremos também. Querem encontrar amigos que pensam parecido, querem se sentir importantes e querem pertencer a algum lugar. A razão é válida, o problema é como ela tem sido usada.

Keppler detalhou assim: 

“Eu entendo que essas pessoas [apoiadores de Trump] querem comunidade e precisam de significado. Quando você vai a um comício encontra pessoas que pensam da mesma forma,  que têm um propósito… Aí você entra em uma arena e o ex-líder do mundo livre diz: ‘você é um herói, você é um patriota, apenas faça o que eu faço’. Eu entendo isso. Eu entrei para um grupo de improvisação que me deu um propósito e uma comunidade, não é? Então eu tenho empatia pelas pessoas que estão lá. Mas fico frustrado com o que está por trás de algumas dessas ideias e a manipulação de quem impõem essa lógica a essas pessoas”.

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No fundo, queremos as mesmas coisas. O fanático apenas encontrou uma forma muito pouco saudável de dar vazão às suas necessidades psicológicas. 

Lembrei de uma entrevista com Brene Brown em que ela disse:

“Nos bunkers ideológicos, não estamos profundamente conectados uns com os outros. Nós só odiamos as mesmas pessoas”.

Muitas pessoas se radicalizam por pura solidão. Um grupo fechado com uma missão clara parece ser a solução perfeita para encontrar pertencimento e amizade. Infelizmente, é roubada.

É isso que Brenè Brown quer dizer. Nos “bunkers ideológicos” você não vai encontrar quem goste de você, apenas pessoas que odeiam o mesmo que você. A pessoa radicalizada encontra vazão para sentimentos negativos e fica iludida por estar cercada de outros que parecem se sentir do mesmo jeito. Mas, quem busca seus filhos na escola quando você fica doente?

Nós encontramos amizade saindo das trincheiras.

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Imagem: Alexandru Goman / Unsplash

4 respostas para “O que se passa na cabeça do fanático”

  1. Amizades fora de nossas trincheiras podem nos dar grandes lições, penso que a primeira é a de que não é pensar diferente diferente que faz alguém ser inimigo.

    1. Avatar de suzana valenca
      suzana valenca

      Concordo!

  2. Amizades fora de nossas trincheiras podem nos dar grandes lições, penso que a primeira é a de que não é pensar diferente diferente que faz alguém ser inimigo.

    1. Avatar de suzana valenca
      suzana valenca

      Concordo!

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