Hoje recebi uma mensagem intrigante da minha amiga Nad. Ela me enviou um dos seus ótimos escritos e perguntou apenas : “o que diz esse texto?”. Para não influenciar minhas ideias, não deu muitas explicações. Depois de ler, respondi rapidamente: “Para mim, o texto fala da nossa necessidade mas também do nosso medo de conversar com “estranhos”. Acho que é sobre a necessidade de se conectar, mas de como pode ser difícil e assustador fazer isso”.
Eu estava errada.

Quando ela explicou as motivações por trás dos pensamentos dela eu tive aquele momento de “aaaaaah agora entendi”. Percebi logo a coincidência de um texto sobre bolhas gerar interpretações diferentes exatamente porque nós duas somos pessoas diferentes com visões de mundo até parecidas, mas vivências distintas. Só pude concluir, “amiga, eu pensei com a minha cabeça de jornalista e você escreveu com o seu coração de escritora”.

Daí acabamos entrando numa conversa muito massa sobre bolhas e os desafios que elas representam. Sim, nem sempre a minha realidade é igual a sua. Por outro lado, eu sempre só vou poder falar do meu ponto de vista e abarcar todos os lados de uma questão pode ser impossível. Sempre que eu disser “gosto de cenouras”, posso estar deixando de fora mil outras questões relacionadas à alimentação, nutrição, etc. Mas também não podemos ler um comentário sobre cenouras com uma declaração de ódio às batatas. Às vezes realidades diferentes podem (e devem) coexistir sem serem antagônicas.

Nad escreveu a crônica de uma forma propositalmente não específica para deixar que os leitores entendessem cada um do seu jeito. Eu entendi do meu. Depois da nossa conversa, entendi de outra maneira. E para você, o que o texto diz? – https://www.instagram.com/p/Cri1O3ftspD/

Foto de Kind and Curious na Unsplash

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